sábado, 26 de setembro de 2009

Museu Metropolitano de Arte abandonado



Descaso e desentendimento entre os poderes municipal e estadual. Esta é a realidade do Museu Metropolitado de Arte (MuMA), edifício construído em 1977 para abrigar um centro comercial (que nunca funcionou) e convertido em museu em 1988, três anos após ter sido adaptado para receber uma exposição do artista Poty Lazarotto, e que hoje está completamente abandonado. O MuMA foi fechado para reformas há alguns anos, obras estas que nunca começaram, e desde então é alvo de vândalos e de intepéries - infiltrações já danificaram completamente o forro e está gradativamente deteriorando a imponente estrutura de concreto aparente.


Segundo a Fundação Cultural de Curitiba (FCC), as obras deveriam ter começado em 2006 e terminado em 2007, mas como a verba para dar início às obras, que viriam do governo do estado, estão retidas, nada foi feito. Aliás, quase nada: coincidência ou não, um pouco antes do período eleitoral que reelegeu o atual prefeito, Beto Richa, tapumes foram colocados ao redor do museu, e alguns operários podiam ser vistos no local - eu até me animei. Mas obra que é bom... só nos tapumes (que, inclusive, ganharam algumas pinturas de protesto feitas por artistas curitibanos). A propósito, só para situar os que não são do estado, o prefeito (PSDB) é desafeto político do governador Bob Requião (PMDB).


O espaço do museu é (ou era...) muito interessante. Uma pena que eu só tive oportunidade de visitá-lo uma vez, por ocasião de uma excelente exposição do artista Andy Warhol, na qual figurava uma das obras do acervo da FCC - um auto-retrato de Warhol recoberto com pó de diamante. Um luxo! Entre as obras do acervo permanente do museu, figuravam obras de Di Cavalcanti, Portinari, Burle Marx, só para citar alguns. Lá funcionavam um teatro, um cinema, uma biblioteca, clube de xadres, escola de circo...


Quem sabe nas próximas eleições municipais (porque para o governo do estado este museu em particular parece ser politicamente inexpressivo) a obra de restauro do museu finalmente saia do papel. Isso se a construção aguentar até lá!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Duas Rodas com Estilo

Começa assim a reportagem da Revista Veja, de 14 de Janeiro de 2009: "Gente que poderia andar de carro arfando na bicicleta parecia uma impossibilidade absoluta." E continua: "Mas o trânsito infernal das grandes cidades foi mais forte do que a poluição e outros riscos".







A reportagem da coluna Estilo cita os exemplos de Paris e outras cidades européias, que oferecem bicicletas para alugar. Aqui no Brasil, ainda que de forma embrionária, São Paulo e Rio de Janeiro dispõem de serviço similar. Mas o fato importante é o seguinte: mesmo com a praticamente inexistência de ciclovias em São Paulo, há pessoas que, como o francês Gregoire Dufoure, diretor financeiro, vão ao trabalho de bicicleta - no caso dele, de terno e gravata. Segundo o francês, com o trajeto curto, de 3 quilômetros, ele nem chega a suar, além de que de bicicleta ele leva um terço do tempo que levaria de carro.



De fato, conforme Marco Antonio Borges Netto cita em seu blog CRISE [!] - REVISTA DE ARQUITETURA E URBANISMO, o mercado de bicicletas está aquecido, com a produção mundial crescendo mesmo em tempos de crise. É algo para nós arquitetos, urbanistas e planejadores pensarmos. É claro que priorizar a circulação das bicicletas no sistema viário é uma atitude que depende muito mais de vontade (e conveniência) política do que de recomendações técnicas; mas, olhando para nossos edifícios comerciais novinhos em folha, ultra tecnológicos, qual o lugar da bicicleta? Será que nós arquitetos estamos pensando ma conveniência de quem deseja ir ao trabalho pedalando? Estamos destinando espaço para "estacionar" as bicicletas? E mais: estamos projetando, por exemplo, vestiários, para que o trabalhador, depois de pedalar e chegar suado ao escritório (quando o trajeto não é tão curto quanto o do francês da reportagem), possa tomar um belo banho e colocar sua roupa de trabalho?